800/2025 - Arco Triunfal de Lisboa
Arco Triunfal de Lisboa
Por Neide Rodrigues
Ergue-se altivo, senhor da memória,
Na nobre entrada do Terreiro do Paço,
Guardião das glórias e da velha história,
Por onde o tempo caminha com passo escasso.
Sobre a Rua Augusta se abre em grandeza,
Com pedra lavrada em gesto imortal,
É tributo à Pátria, berço de firmeza,
Espelho do gênio, do brio triunfal.
A Glória, no alto, coroa o Destino,
Com o Valor e o Génio a seu redor.
Sob ela, heróis do luso caminho
Erguem-se eternos, em silêncio e vigor.
Ali repousam Viriato e Pereira,
Vasco e Pombal com olhar de farol.
Lado a lado, moldados na carreira
Por mãos que talharam a alma do sol.
E aos pés do arco, os rios Lusitanos,
Tejo à esquerda, Douro à outra mão,
Cantam em pedra, em versos soberanos,
A força da terra, do povo, da nação.
No cimo, o miradouro abraça o céu,
Lisboa se despe diante do olhar.
Ali o passado tira o seu véu
E ensina, sem pressa, a arte de lembrar.
“Às virtudes dos Maiores”, diz o frontão,
Mensagem que ecoa no coração.
Um arco, um poema, um sonho fiel —
Lisboa triunfante, nobre e tão bela sem véu.
Natal, 28 de abril de 2014
Neide Rodrigues
Enviado por Neide Rodrigues em 03/07/2025
Alterado em 03/07/2025