Poetisa Neide Rodrigues
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799/2025 - O Voo da Garça

O Voo da Garça

Por Neide Rodrigues

 

Desde menina, em Barra do Cunhaú,

Guardava no peito a doce visão:

A elegância dessa ave encantada,

Presença constante nos cais, na amplidão.

 

Nos portos, nos manguezais,

A garça busca alimento, ligeira

Na praia, entre o lodo e a cabaceira.

Seu voo é sopro de pura poesia.

 

De branco imaculada vestida,

Reflete no espelho das águas,

Como um sonho que nunca se apaga,

Silenciosa guardiã da vida.

 

A natureza ali era nosso abrigo,

O mar, meu consolo; o mangue, canção.

Ela desliza no céu, em rodopio,

Despertando em mim contemplação.

 

Em terras distantes, lá em Portugal,

Vi novamente sua forma sutil.

No cais, à beira de um ritual,

De vinho e silêncio tão gentil.

 

No Cais 43, meu refúgio,

Com doçura no cálice e olhar no mar,

E lá está ela...com seu júbilo,

Com sua graça a me acompanhar.

 

Não sei explicar, é só admiração,

É como amar sem precisar razão.

A garça me entende, em sua quietude,

Reflete minha alma em plenitude.

 

Portugal, 28 de abril de 2014

 

 

Neide Rodrigues
Enviado por Neide Rodrigues em 02/07/2025
Alterado em 03/07/2025
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