Quando o Amor Vai Além das Palavras
Por Neide Rodrigues
A gente aprende, com o tempo ou com as dores, que o amor verdadeiro não se grita aos quatro ventos. Ele se revela em silêncio, nos pequenos gestos, nas escolhas diárias. Amar não é teoria bonita, é prática contínua. É cuidado quando ninguém está vendo. É presença quando seria mais fácil sumir.
Você sabe que alguém te ama não pelo que diz, mas pelo que faz. Palavras podem mentir; atitudes, não. Às vezes, a ausência de um “eu te amo” é compensada pela mão estendida, pelo olhar atento, pelo silêncio respeitoso no momento certo. Porque amor não é novela nem fantasia, é construção. E cansa quem só idealiza.
Quem, neste mundo, não gostaria de viver um amor arrebatador, daqueles que aquecem até os ossos e acalmam até a alma? Todo mundo sonha com isso. Mas o amor nem sempre chega no horário combinado. Às vezes, ele vem quando estamos distraídos ou quando tudo em nós parecia fechado. Outras vezes, ele vem diferente do que esperávamos menos filme, mais realidade.
E o mais curioso: muitas vezes queremos tudo do outro… mas não estamos dispostos a doar sequer um pouco de nós. Queremos ser o centro da atenção, mas não sabemos oferecer escuta. Esperamos entrega, mas tememos o mergulho. Exigimos amor pleno, mas vivemos pela metade.
Amar é troca, é doação. Não se sustenta sozinho. E talvez, no fim das contas, amar seja menos sobre receber e mais sobre estar inteiro, mesmo que o outro não esteja. E mesmo assim, escolher ficar.