O Poeta
"A caneta do poeta também é raiz, flor e semente."
Por Neide Rodrigues
O poeta é celeiro da inspiração,
Desenha o mundo com o coração.
Versejos brotam cheios de emoção,
Brilham como o sol na imensidão.
Na madrugada silenciosa e fria,
Ele transforma dor em melodia.
Tudo o que sente se faz poesia,
E brota do verso sua alegria.
O poeta vê florestas a tombar,
Árvores que choram sem falar.
Rios que clamam por renascer,
Céus em cinza, sem amanhecer.
O voo cansado das aves sumindo,
O vento, em sussurros, advertindo.
Flores murchando, sem despedida,
E a esperança, em silêncio, ferida.
Escuta o grito da terra a clamar,
E a semente da mudança germinar.
Na brasa da dor, arde a consciência:
Brotará um mundo com sua essência.
O poeta enaltece o que vê,
Orvalho são lágrimas a escorrer;
É o pranto da Mãe-Natureza ferida,
Pelo descaso à fonte da vida.
Natal, 02 de julho de 2025