❓ Uma Incógnita
Por Neide Rodrigues
Nem namorando, nem livre estou,
Sou página aberta que o tempo folheou.
Entre esperas, promessas e silêncios,
Sou verso preso entre dois sentimentos.
Coração que bate, mas não tem morada,
Alma que sente, mas segue calada.
Às vezes sou quase tua... outras, ninguém,
No vai e vem de um “nós” que nunca vem.
Não sei se sou porto ou passagem,
Se sou desejo ou só miragem.
Estou aqui, mas sem definição,
Metade esperança, metade solidão.
Não sou livre pra voar nem presa em teus braços,
Sou brisa suspensa entre dois espaços.
Uma incógnita viva, em disfarce de calma,
Que sorri por fora e se pergunta na alma:
O que somos? O que serei?
Ficarei ou partirei?
Enquanto não sei o fim da estrada,
Sou só a dúvida... apaixonada.
Natal, 20 de junho de 2025.