Poetisa Neide Rodrigues
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757/2025 - Amor que Fere e Cura

Amor que Fere e Cura

Neide Rodrigues

 

Amor é luz que nasce em noite escura,

É rio calmo a transbordar de dor,

É tempestade em alma tão segura,

É doce cárcere que prende o amor.

 

É chama fria que arde na ternura,

É gozo breve que persiste em flor.

É sombra leve, oculta em formosura,

É flor de espinho, pétala e temor.

 

É ter na ausência o peito mais repleto,

É rir chorando, por sentir demais,

É ser do céu e, ao mesmo tempo, abjeto.

 

Mas quem provou seus laços desiguais,

Sabe que amor, mesmo cruel ou quieto,

É o bem que nasce em laços imortais.

 

Natal, 10 de junho de 2025.

 

💥Este soneto foi livremente inspirado na estrutura e no lirismo do clássico de Camões.

 

 

Vocabulário:

Cárcere – Prisão, local de reclusão. Aqui usado de forma metafórica para mostrar que o amor, mesmo doce, pode aprisionar os sentimentos.

 

Gozo – Prazer intenso, satisfação. No contexto poético, representa a alegria passageira que o amor proporciona.

 

Formosura – Beleza delicada, encantadora. Palavra arcaica que enriquece o lirismo do verso.

 

Abjeto – Algo desprezível, rebaixado, humilhante. Aqui mostra o lado sombrio do amor, quando este leva à dor ou perda da dignidade.

 

Quieto – Silencioso, calado. No contexto do soneto, o amor que se manifesta de forma discreta, mas intensa.

 

Desiguais – Irregulares, assimétricos. Refere-se aos laços do amor que, por vezes, não são correspondidos da mesma forma, revelando desequilíbrios emocionais.

 

Imortais – Eternos, que não morrem. Expressa a ideia de que certos sentimentos amorosos transcendem o tempo.

 

 

Neide Rodrigues
Enviado por Neide Rodrigues em 10/06/2025
Alterado em 11/06/2025
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