Paz Silenciosa
Neide Rodrigues
Com o tempo, os ruídos perdem seu lugar,
A boemia já não fascina como outrora.
A alma, que antes ansiava festejar,
Hoje encontra a paz que tudo revigora.
Não é que a vontade tenha partido,
Nem que o sorriso se tenha apagado.
É só que o coração, mais resolvido,
Agora escolhe o canto mais calado.
Já não me perco em cada multidão,
Nem corro pra provar o meu valor.
Descobri no silêncio uma canção,
E na ausência, um tipo novo de amor.
“Isso não é mais pra mim”, eu digo serena,
E quem escuta, pensa em solidão.
Mas só quem já vestiu essa pequena
Liberdade, entende a sensação:
Não é tristeza, é paz que me visita,
É alívio manso, doce e verdadeiro.
É não ter que provar mais nada a ninguém...
É ser feliz, mesmo sem ser por inteiro.
Natal, 06 de junho de 2025