729/2025 - No Telhado da Memória
No Telhado da Memória
Neide Rodrigues
Digito com febre o que a alma me grita,
Num canto qualquer da casa calada.
A ideia me rasga, o verso palpita,
Sou tudo e sou nada — sou a madrugada.
O grilo que canta no alto do telhado
É mais real que o tempo que já vivi.
Traz de um passado leve e descomplicado
O peso imenso de tudo o que perdi.
Vagalumes! Meu Deus! Eu via estrelas...
Corria sem rumo, sem pressa, sem dor...
Hoje, sou sombra tentando revê-las
Na tela vazia que o mundo deixou.
Ah, como dói lembrar do que fui!
E ser agora só um eco sem ruído nenhum...
Resquício de uma saudade infinda.
Início:07/07/2022 - Término 25/05/2025
Neide Rodrigues
Enviado por Neide Rodrigues em 25/05/2025
Alterado em 26/05/2025
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