Estrelas que Sabem Sorrir
(Inspirada em Antoine de Saint-Exupéry)

Há dores que o mundo não vê,
feridas que o tempo não sara.
Mas no céu, entre estrelas caladas,
há uma que ri — e me ampara.

Nem todas brilham da mesma forma,
umas guiam, outras só estão.
Mas aquela que sorri por dentro
fala direto ao meu coração.

Na infância que foi abrigo e cicatriz,
nos afetos que o tempo afogou,
na travessia dos dias difíceis,
foi nela que a esperança morou.

A estrela que me sorri é tua —
és presença leve no firmamento.
E cada vez que olho a noite nua,
sinto teu riso no meu pensamento.

Psicanaliso meus próprios abismos,
me terapizo entre páginas e luz.
E ao rir com as estrelas que olhaste,
sou amiga de quem nunca me reduz.

Quem rir do meu riso ao céu,
não saberá o quanto curei.
Mas saberei que, entre estrelas mil,
a tua foi a que mais amei.

Neide Rodrigues
Natal, 25 de maio de 2025.