Tempos Idos, Tempos Queridos
Crônica autobiográfica
Foi lendo as palavras da minha ex-aluna Valda — “Foi nesse tempo que eu te conheci, você foi minha professora linda e amável” — que um turbilhão de memórias doces me invadiu.
Na adolescência, com coragem no peito e amor nos olhos, assumi a sala de aula da minha mãe. Ensinava o antigo primário, naquela mesma escola onde, anos antes, eu mesma fui aluna: a Escola Municipal José de Albuquerque Maranhão.
Quantas lembranças cabem entre as paredes de uma escola? Formei turmas, semeei sonhos, vivi descobertas. Mas minha atuação não se limitou aos livros e cadernos. Com um grupo de meninas destemidas, formei um time de futebol feminino. Talvez, o primeiro da nossa cidade.
Jogávamos no campo da granja de Dona Noêmia, bem em frente à escola. Era lá que a bola rolava entre risos, suor e poeira. O campo era nosso estádio, o sonho era nossa torcida.
Foi uma época linda, vibrante, cheia de esperança.
Tempos idos, sim...
Mas profundamente queridos.
Neide Rodrigues, 16 de maio de 2025
Canguaretama, RN