Metamorfose da Liberdade
A lagarta se arrasta, lenta, sem fim,
Caminha em silêncio, com o peso do ser,
Mas em seu interior, um sonho sem fim,
De liberdade, de voar, de renascer.
Passa pela dor da metamorfose,
Onde o casulo é prisão e libertação,
E, ao despir-se do que foi, a alma se compõe,
Em asas de leveza, com a força do coração.
Voa, voa, borboleta, livre no ar,
Teu destino é ser vento, é ser sol,
Nada te prende, nada pode te parar,
Teu voo é tua verdade, teu maior farol.
Mas, como tudo na vida, o ciclo é breve,
E chega o momento da despedida,
A morte, com suavidade, vem e não deve
Apagar a chama de quem viveu a vida.
Porque, mesmo na partida, há liberdade,
De quem ousou voar e viver sem receio,
E, na lembrança do vento, ficará a saudade,
Do ser que partiu, mas sempre será o seu voo.
Neide Rodrigues, 06 de abril de 2025