No compasso da chegada do Dia das Mães, abrem-se portas na memória e no coração. Esta é uma singela homenagem à minha mãe, Joselita — mulher de força, perfume marcante e presença inesquecível. A saudade se faz poesia quando as lembranças ganham voz e se transformam em palavras. Que este texto, carregado de afeto e respeito, alcance outras almas que também sentem a ausência de um amor eterno.
Memórias de um Amor Infinito
Por Neide Rodrigues
Com a chegança do Dia das Mães,
uma saudade profunda me visita,
daquela que partiu em silêncio
para um voo sem volta,
mas nunca deixou de habitar meu coração.
Lembro do seu jeito de acariciar meus cabelos,
dos conselhos ditos com ternura e firmeza,
sempre apontando os caminhos
que, aos seus olhos, eram os certos.
Sua presença era colo, era guarida.
Nos momentos difíceis, lá estava ela,
silenciosa, mas inteira,
oferecendo seu amor em forma de cuidado.
Ainda sinto no ar
o perfume forte e doce do Chanel nº 5,
que era só dela,
tão marcante quanto sua essência.
Até o som das pegadas firmes
quando eu lhe desobedecia
volta à minha memória —
não com dor, mas com respeito.
Ela educava como aprendeu:
com mãos que acolhiam e corrigiam,
com olhos que amavam e ensinavam.
E foi assim que moldou em mim
a mulher que sou hoje.
Neide Rodrigues
09 de abril de 2025