Transparência da Alma
Eu não tenho nervos de aço, nem sei disfarçar o que sinto.
Sou inteira, transparente — e quando dói, transbordo.
Perco a elegância, mas não morro engasgada.
Quem me fere, fere a si mesmo.
Posso até chorar uma noite inteira, mas o sorriso sempre renasce com o sol da manhã.
Se perco algo que julguei importante, é porque estava cega demais para ver que era uma armadilha disfarçada de afeto.
Às vezes, colocamos alguém num pedestal tão alto,
Que esquecemos o quanto valemos — o quanto somos, também, dignos de adoração.
Tudo tem seu tempo: semear, cultivar, colher.
Depois, sobra a terra — e ela precisa ser cuidada novamente,
Preparada para um novo plantio.
Assim é o amor: precisa de cuidados diários.
Sem isso, ele muda. Enfraquece. Morre.
E quando isso acontece, é preciso coragem.
Coragem para seguir em frente,
Para encontrar um novo coração
Que deseje amar de verdade,
Que nos respeite e corresponda.
Porque amar… é verbo que só floresce
Na alma de quem também sabe cultivar.
Neide Rodrigues
07 de abril de 2025