641/2025 - Amor em Cada Dia
Amor em Cada Dia
Acordo com o som da vida que desperta,
O sol invade a janela aberta,
E no reflexo dos primeiros raios,
Sinto o amor, tão leve e sem ensaios.
O café fumega na xícara serena,
Aroma que aquece, memória que acena.
Nos pequenos gestos, a vida se faz,
Em cada detalhe, o amor traz paz.
No canto dos pássaros pela manhã,
O amor se manifesta, vida que emana.
É na brisa que balança a cortina,
No cheiro do pão, na mesa tão fina.
Na rua movimentada, o vai e vem,
O amor caminha também.
No olhar que cruza com o desconhecido,
Há uma faísca, um gesto contido.
Amor não é só paixão fugaz,
É cuidado, é calma que traz.
É no toque sutil de uma mão cansada,
Que encontra na outra alma guardada.
É na voz suave da mãe que chama,
No pai que aconselha, na chama
Que ilumina o lar ao entardecer,
Amor é o que nos faz viver.
No trabalho árduo do dia a dia,
Amor é força, é harmonia.
É o esforço do pescador no mar,
É o professor que insiste em ensinar.
E quando a noite enfim chega serena,
Sob o céu, a alma se acalenta.
O amor no cotidiano, tão vasto,
É o fio que une o presente ao passado.
Cada estrela cintilante é um lembrete,
De que o amor é eterno, jamais se repete.
Em cada segundo, em cada instante,
Ele renasce, é luz constante.
Se o amor é tão vasto e tão profundo,
Como contê-lo apenas em um segundo?
Vive no sorriso de quem nos espera,
Na lágrima que cai, sincera.
Nos livros que lemos ao anoitecer,
Nas canções que fazem o coração bater.
O amor está no cheiro da chuva que cai,
Na terra molhada, no vento que vai.
É no abraço que nos envolve inteiros,
No silêncio compartilhado, verdadeiro.
No olhar que compreende sem palavra,
Amor é um campo, e cada gesto, lavra.
É a criança que corre com riso inocente,
O cachorro fiel, amigo presente.
Na panela que chia com o alimento,
O amor transborda em cada momento.
Na velhice que caminha devagar,
Duas mãos unidas, um só olhar.
Nas lembranças que o tempo não apaga,
O amor é chama que nunca se apaga.
Amor é poesia que se vive ao acaso,
Nos caminhos trilhados, no tempo escasso.
Na eternidade dos dias que não param,
No cotidiano, onde os corações se amparam.
O amor está na cozinha, no gesto tão simples,
No tempero que invade as narinas e os dias.
Nas mãos que misturam a massa com carinho,
No sorriso que serve o prato, tão quentinho.
Está no campo, entre flores e chuvas,
Na terra que responde às mãos tão nuas.
No arado que rasga o solo com fé,
No lavrador que ao trabalho nunca dá ré.
Está nas fábricas, no ranger das máquinas,
No suor que escorre e no pulsar das almas.
Cada peça montada com dedicação,
Carrega um pouco de amor em sua construção.
Está no trem que cruza vales distantes,
Nos passageiros, histórias marcantes.
Amor é partilha, é um banco cedido,
É o calor da jornada que segue sem ruído.
Nas escolas, nos cadernos rabiscados,
Nos sonhos de futuros iluminados.
O amor está na paciência do ensinar,
Nos olhos curiosos que começam a sonhar.
Está nos hospitais, no toque cuidadoso,
No médico que salva, no olhar esperançoso.
Na enfermeira que vela o leito do doente,
O amor pulsa forte, discreto, presente.
Amor é silêncio nas noites sem fim,
Quando o bebê chora e o colo é o jardim.
É no abraço que acolhe o pequeno que teme,
No conto contado até que ele adormeça e sonhe.
Nas ruas da cidade, o amor é invisível,
Nos varredores que tornam o chão mais possível.
No vendedor que, com esforço, oferece,
E no comprador, cuja bondade enaltece.
Amor é força no tempo de provação,
É o lenço que seca lágrimas em oração.
É o ombro amigo, a palavra sincera,
Que acalma a alma e dissipa a guerra.
Está no idoso que observa da janela,
Com olhos de quem viu o tempo sob a vela.
Amor é lembrança de tudo que passou,
Nas rugas do rosto, o rastro que ficou.
É na juventude que corre sem medo,
Nos risos que ecoam em cada enredo.
No parque, nas praças, nos céus estrelados,
O amor é um grito nos corações apaixonados.
Amor é no lar, em sua simplicidade,
Nos pratos lavados com cumplicidade.
No sofá que acolhe os corpos cansados,
No beijo roubado, nos sonhos partilhados.
No campo ou na cidade, o amor é morada,
Nos becos sombrios, na estrada iluminada.
É nas despedidas, nos reencontros calorosos,
É nas memórias que tornam os dias preciosos.
Amor é história escrita no tempo,
É o fio invisível que guia o momento.
É na melodia que embala o dia,
Na dança da vida, na pura alegria.
Pseudônimo Aurora Castelan (para concurso na editora CEPE)
Neide Rodrigues, 04 de dezembro de 2024
Neide Rodrigues
Enviado por Neide Rodrigues em 18/03/2025
Alterado em 18/03/2025