O Tempo Urge
Rejeito quem não traz encanto à minha vida,
Quem não enleva os sonhos que cultivo.
Pois vivemos de sonhos e da fé querida,
Na espera de um amor, doce e esquivo.
Ter-se-á perdido nos labirintos do tempo?
Ou talvez o destino o tenha desviado?
Fugiu da seta do alado arcanjo atento,
Deixando o coração desassossegado.
Enquanto o espírito se rende à inquietude,
O tempo avança, implacável, altaneiro.
O presente, fugaz, à espera não se ilude,
E o amanhã, incerto, é um lampejo ligeiro.
Assim caminhamos, entre veredas e ais,
Colhendo ilusões e esperanças tardias,
Ansiando pelo que, talvez, nunca mais,
Volte a florir nos jardins das nossas vias.
Neide Rodrigues 26 de setembro de 2024