Ciclo do Ser
Em águas que fluem, eu me perco e me acho,
Heráclito murmura, "Tudo muda, nada é",
Mas dentro de mim, uma essência persiste,
Parmênides sussurra, "O ser é uno e é fé".
Somos rios em constante devir,
A cada instante, um novo existir.
Mas, nas margens do tempo, onde o ciclo não finda,
Ecoa Nietzsche, "O eterno retorno nos brinda".
Contrários que dançam, em guerra e união,
O círculo se fecha, e ao mesmo ponto me traz.
Na luta interna, cognição e emoção,
São laços que apertam e libertam em paz.
Sou fragmento do todo, sou tudo em um só,
Na espiral do ser, busco o porto seguro,
Mas o retorno eterno, em sua fria cor,
Nos lembra que o fim é apenas um muro.
Na ambiguidade, me encontro, me perco,
Sou herdeiro dos filósofos, de suas contradições,
Minha essência é formada por esse entrelaço,
De cognições e emoções, em complexas junções.
E assim seguimos, na eterna imbricação,
Entre o que é, o que muda, e o que há de ser,
Em um ciclo sem fim, uma contínua criação,
Que define o ser humano, sua busca, seu viver.
Neide Rodrigues, 11 de setembro 2024