Querido diário,
Jurei para mim mesma que não escreveria mais sobre nós. Esqueci, porém, que escrever sobre nós é também escrever sobre mim, sobre o que sinto e sobre esse sentimento tão raro e tão bonito. Podemos até tentar controlar o corpo, mas o pensamento, esse não se domina; ele sempre me escapa, especialmente nas madrugadas silenciosas, quando as palavras encontram abrigo no papel, e o primeiro pensamento que me preenche é o amor.
Amor... esse sentimento puro, universal e, ao mesmo tempo, tão pouco valorizado. Sei que terei de me acostumar a estar sem ele, a viver sem nós, mas como posso apagar da memória alguém que marcou minha vida de forma tão profunda? Ainda o sinto tão presente; ele sempre estará aqui, nos meus pensamentos e no meu coração, porque esquecer alguém tão importante é algo que nem o tempo, nem a distância conseguem apagar.
Hoje percebo que há laços que permanecem, mesmo invisíveis, no silêncio de cada lembrança. E talvez, seja exatamente isso que faça o amor ser tão forte, tão imortal.
Neide Rodrigues, 04 de novembro de 2024